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."navegar o mar" do JDM - introdução.

  • Foto do escritor: silluismiguel9
    silluismiguel9
  • 22 de jul. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 27 de jul. de 2024


.uma introdução ao mundo JDM.







.título e porquê.


Quando cursei arquitectura, e mesmo nas belas-artes, os professores quiserem me transmitir que raramente as primeiras ideias revelam o que poderá ser o resultado final da obra,  apenas o “ponto de partida” para algo a criar.  Hoje, vou contrariar e assumir a primeira ideia de título que me surgiu para começar a abordar este tema, apesar de recear que esta tentativa de comparação me possa fazer parecer que, isto da escrita, vá para além das minhas capacidades. Mas, peço encarecidamente que se mantenham comigo.

É que, isto do JDM tornou-se mais do que um acrónimo no qual entram, ou estão associados, vários modelos de automóveis. Para muitos aficionados - “petrolheads” - tornou-se sinónimo de culto, ou mais corretamente, cultura automóvel, desta paixão que nos une.

Personifiquei o tema do JDM como um “mar” que se navega pela associação geográfica que me ocorreu quando pensei no Japão, contudo, compreendo neste momento que poderá estar mais ligado ao que senti naquelas tardes, bem passadas por sinal, a jogar Gran Turismo 4 na PlayStation 2, e a explorar os vários modelos automóvel JDM, e como tal as suas imensas variantes. É um sentimento que reconheci em conversas com amigos e conhecidos.


.significado.


J.D.M. (pronunciado jay-dee-eme) está para “Japanese Domestic Market”, ou, em português, “Mercado Doméstico Japonês“ e de forma muito resumida quer se referir aos modelos automóvel que estiveram (ou não) destinados somente ao mercado consumidor japonês.

Compreendo que, no momento em que apliquei a contradição abri um precedente para confusão. Porém, o facto é o seguinte: certos modelos apesar de associados ao JDM, encontraram um público-alvo fora do Japão tão relevante que economicamente justificou a expedição e venda para mercados automóvel estrangeiros.


."pop-culture".


O campeonato mundial de rally - World Rally Championship (WRC) - , por exemplo, deu-nos a conhecer alguns modelos como: o Mitsubishi Lancer Evolution, o Subaru Impreza WRX, o Toyota Celica, ou ainda, o por vezes “esquecido” Nissan 240RS (que no fundo era um Sylvia), entre outros.

Mencionei ainda há pouco o videojogo Gran Turismo que ainda hoje tem imensa relevância no contexto dos simuladores virtuais de competição automóvel (e cujas memórias das versões anteriores permanecem com carinho na minha geração e nas anteriores à minha). Este, por ser de criação, e desenvolvimento, japonês é fabuloso para uma experiência imersiva nestes modelos particulares. Realmente, posso afirmar que os videojogos foram, para muito boa gente em contextos geográficos diversos para além do asiático, o melhor canal de  transmissão de conhecimento para a existência destes modelos; menciono por exemplo o Need for Speed Underground que surgiu no inicio da década de 2000 provindo de uma moda exponencial após a estreia do filme “Velocidade Furiosa”. A adaptação da série manga de Shuichi Shigeno para uma série de anime fabuloso  - INITIAL D - é outro belo exemplo que nos fez chegar o conhecimento destes modelos. Enfim, com algum tempo e um pouco de pesquisa (para recordar) posso enumerar imensos meios, e, se aprofundar, poderia mencionar e relacionar até com o piloto japonês  Keiichi Tsuchiya, que alguns poderão (re)conhecer como o “mestre” drift, cujas perícias com o seu hachi-roku vieram ao nosso conhecimento por uma conhecida “cassete pirata” e o tornou ainda mais notório.

O ponto que quero fazer é o seguinte: para muitos de nós cuja ideia de um automóvel japonês era um “vulgar”, mas bastante fiável, Toyota Corolla - não querendo com isto menosprezar o Corolla, e em breve entenderão porquê - constituiu um fascínio ter a noção que as mesmas marcas fabricantes japonesas produziam bólides fabulosos e épicos como o Nissan Skyline ou o Toyota Supra; e nem me façam já começar a falar no Mazda RX-7 (FD) com o seu fabuloso motor rotativo!… Este fascínio, e com certeza mais do que, levou a quem tinha meios a querer adquirir, justificadamente um destes belos exemplares.




Actualmente, modelos como o Nissan Skyline, por exemplo, são bastante, e cada vez mais, desejados. Nos Estados Unidos da América o modelo R34 vai fazer agora 25 anos o que torna o processo de legalização de importações deste em “terras do tio Sam” menos burocrático e mais acessível. No Reino Unido, a JDM Garage UK trata de manutenção e comércio de peças directamente com fornecedores japoneses o que torna a propriedade destes modelos mais cómoda. Aqui por Portugal, podemos, no passado, contar com o Honda NSX original, por influência de Ayrton Senna cujo modelo original vermelho ainda pode ser visto a percorrer as nossas estradas, apesar de já ser um colecionável de valor inestimável. O Toyota Corolla GT Twincam de 1986, também foi um modelo querido, e suspeito ser o maior rival dos Ford no panorama do rally nacional*.


.o que vem de seguida?.


Quero começar por ressaltar que, apesar deste ser o meu segundo artigo, a minha paixão automóvel vai para além dos modelos JDM e a tudo que a eles possa estar associado. Ou seja, não vou me cingir somente a este “círculo” de cultura automóvel e correr no risco de fazer parecer que o defendo como superior. Esse não é o meu objectivo.

Vou através de artigos ilustrados trazer alguns modelos - porque o “ecossistema” JDM é vasto - que representam, na minha interpretação, o que de melhor trouxe, e ainda nos traz, o mundo automóvel japonês, e em consequência, torna o tão fascinante, e um tanto viciante, mas que em nada qualquer “petrolhead”  fica indiferente.



Espero que gostem,

Miguel


*Suspeito apenas por ainda acreditar que  os Ford foram bastante queridos em Portugal, mas continuo na incerteza.

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